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Mais de duzentas pessoas assistiram à oficina “Práticas com Plantas Medicinais”, na Companhia de Limpeza de Niterói

Participantes aprenderam como produzir fitoterápicos de forma segura

Nesta terça-feira, dia 10 de dezembro, aconteceu, no viveiro de mudas da Clin, a oficina “Práticas com Plantas Medicinais”, realizada pela Divisão de Educação Ambiental (DIEA) da Companhia, em parceria com o Programa de Pós-graduação em Engenharia de Biossistemas (PGEB) e com o grupo PET – Farmácia Viva da Universidade Federal Fluminense.

O curso, ministrado pela professora e doutora Thelma de Barros Machado, teve como objetivo capacitar os participantes a produzir fitoterápicos de forma segura e eficaz, utilizando técnicas de preparo artesanal para chás, tinturas, óleos medicinais, pomadas, géis e emplastros, com base em fundamentos científicos e práticas tradicionais.

A oficina trouxe aos participantes conhecimento de alguns preparados caseiros para que possam reproduzir em casa, com uma linguagem simples para facilitar a compreensão e tornar possível dividir o que aprenderam com os familiares e amigos. “Chamamos isso de tecnologia social. A forma simples como levamos o conhecimento. A ideia é que isso seja replicado. Um aspecto muito importante é saber qual planta você está utilizando. É preciso ter certeza da espécie e de suas propriedades. É um cuidado que precisa se ter. Outro ponto a ser destacado é como deve ser o preparo. Mostrei aqui para todos, na prática, que é preciso higienizar a planta. Demonstrei o passo a passo para o uso racional dos fitoterápicos”, explicou a professora.

Thelma mostrou na prática como preparar as tinturas, por exemplo, salientando a importância de reconhecer as espécies de plantas e falou sobre a necessidade de proteger a tintura da luz. “As plantas curam, mas também podem ser tóxicas. Então, aqui, todos puderam entender quais devem ser utilizadas para determinado fim. Em relação à tintura, a facilidade é que se a pessoa estiver fora, ao invés de se preocupar em fazer um chá para determinado tratamento, basta levar o frasco com a tintura e pingar algumas gotas na água. Uma forma prática de se usar e de se cuidar”.

“É fundamental a gente ter este contato com quem entende do assunto e poder passar isso também à frente, de forma consciente e responsável. Acho bem interessante entender as propriedades das plantas e ver que às vezes um tratamento, uma cura ou algo que precisamos pode ter ali no nosso quintal. É muito legal perceber que a natureza nos traz muitas respostas”, ressaltou Priscila Santos Fonseca, aluna do curso de Farmácia da UFF e integrante do PET – Farmácia Viva.

Os espectadores aprenderam, ainda, sobre as propriedades das folhas de amora, como vitamina e fitormônio, bem como sobre os emplastros, que podem ser feitos com óleos medicinais e devem ser usados no mesmo dia. Ela falou também sobre a validade dos preparados e frisou que não é para comercializar tais produtos.

Alexandra Alcântara, do Parque Rural de Niterói, que assistiu à aula, achou o curso interessante: “aprendi demais. Como preparar o gel, a extração… foi tudo muito produtivo. Quanto mais você aprende, você pode passar para os outros com segurança”.

Luiz Vicente, coordenador do DIEA e do Viveiro, sublinhou a importância da oficina: “procuramos resgatar e respeitar a cultura popular sobre as plantas medicinais, observando o desenvolvimento científico e tecnológico para a produção destas ervas e dos seus fitoterápicos. Envolver a comunidade científica com a comunidade local fortalece o desenvolvimento de boas práticas agrícolas que proporcionam o cultivo e o uso seguro dessas plantas medicinais. Portanto, a troca de saberes construída nessas oficinas colabora muito para a cadeia de plantas bioativos (medicinais)”.

Sobre Thelma de Barros Machado:

Acadêmica brasileira com contribuições nas áreas de Farmácia e Química de Produtos Naturais. Graduou-se em Farmácia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1996, onde também obteve especialização em Citologia Clínica em 1997. Concluiu o mestrado em Química de Produtos Naturais em 1998 e o doutorado na mesma área em 2003, ambos pela UFRJ. Atualmente, é Professora Titular na Universidade Federal Fluminense (UFF), responsável pela disciplina de Controle de Qualidade Físico-Químico de Medicamentos e Fitoterápicos. Integra o corpo docente permanente dos programas de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas a Produtos para a Saúde (PPG-CAPS) e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Biossistemas (PGEB) da UFF, do qual é coordenadora. Ela coordena, desde 2011, o Programa Fitoterápico Farmácia Viva da UFF, iniciativa que visa à valorização de plantas medicinais e ao desenvolvimento de fitoterápicos, bem como é tutora do Grupo PET Farmácia Viva, do Programa de Educação Tutorial do MEC.

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