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Companhia de Limpeza de Niterói proporciona conversa sobre o racismo para alunos do projeto Clin Social

As crianças do projeto Clin Social, da Companhia de Limpeza de Niterói, tiveram nesta quinta-feira, dia 21 de agosto, uma programação especial na AABB de São Francisco. Além das atividades esportivas, elas participaram de um bate-papo sobre racismo, de uma forma lúdica.

Foi um dia de aprendizado e diversão para os cerca de 55 alunos do 4º e 5º anos do ensino fundamental da Escola Municipal Ernani Moreira Franco, localizada no Fonseca, zona norte de Niterói, divididos em dois turnos (sempre no contraturno escolar).

A palestra sobre racismo foi ministrada por Lygia Fernandes – responsável pela Coordenação de Educação da Diferença, vinculada à Secretaria Municipal da Educação – e por Eloá Maciel – professora de ciência e integrante da equipe da Coordenação de Educação da Diferença da SME. O continente Africano com seus países e a vida na África foram alguns assuntos abordados.

“Falar sobre racismo é sempre importante. Abordamos esse tema de várias maneiras. Aqui, optamos pela contação de história, uma prática que eles estão acostumados a ter na escola. Não falamos diretamente sobre o racismo, mas abordamos o continente africano para tentar mostrar a eles as riquezas do local e o fato de a população de lá ter sabedoria, cultura e memória. A partir disso, falamos sobre os diferentes tons de pele, a questão de precisar de cem pessoas para abraçar o baobá e a diferença entre elas. Trazemos os lápis que mostram as diferentes tonalidades de pele para que as crianças percebam que as pessoas são distintas e que merecem respeito. É no coletivo que conseguimos viver bem na sociedade”, destaca Lygia.

Ana Vitória Pimenta Lima, 10 anos e há dois no projeto, achou a atividade muito divertida: “foi muito bom o programa hoje. Gostei da história e fiz dois desenhos para completar a árvore. Um coração e uma flor, que representa a minha presilha, que ganhei. Aprendi muito e não conhecia o baobá”, diz.

Os jovens assistiram, ainda, a um vídeo sobre baobá – a árvore da vida, onde os escravizados passavam ao redor pelo diâmetro avantajado – e escutaram a história do livro ‘O coração de Baobá’, de Heloisa Pires Lima, com ilustração de Laerte Silvino. O conto fala sobre um majestoso baobá africano que, ao ser questionado por um lebrão sobre a riqueza de seus frutos e do seu interior, decide mostrar a verdade escondida em seu coração, repleto de tesouros como ouro e joias, mas também de vulnerabilidade. A partir daí, os alunos fizeram desenhos que representassem os ‘tesouros’ existentes em seus próprios corações, como boas lembranças, para serem colados no baobá montada no mural.

Josué Miguel Moraes de Brito, 11 anos, se encantou com o baobá: “não sabia que precisava de tanta gente para abraçar o baobá e também não conhecia a importante dessa árvore. Fiz um desenho representando isso”, explica.

A professora Eloá afirma que trabalhar com a diferença é fundamental: “cada ser é único e merece ser respeitado na sua individualidade. Então, incluímos os diversos marcadores disso: raça, gênero, idade, classe social… Tudo isso é importante para que essas crianças consigam perceber que todas as pessoas merecem respeito. É significativo que elas desenvolvam desde pequenas essa noção para que caminhemos para uma sociedade com mais equidade e equilíbrio”, garante.

Sobre o projeto Clin Social
Desenvolvido pelo Setor de Serviço Social da Companhia, o programa tem o objetivo de estimular a permanência no sistema regular de escolas destas crianças e adolescentes, entre 9 e 12 anos, e que muitas vezes moram em áreas de vulnerabilidade. No total, o projeto atende a 60 crianças. Realizado pela Clin desde 2010, são disponibilizadas atividades esportivas, culturais, musicais, artísticas e pedagógicas para os alunos, proporcionando a transformação social dessas crianças e de suas famílias.

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