
Na semana do meio ambiente, o viveiro de mudas da Companhia de Limpeza de Niterói, da Divisão de Educação Ambiental da Clin (DIEA), sob coordenação do engenheiro florestal Luiz Vicente, está recebendo 21 espécies de abelhas sem ferrão e, para marcar o início desta novidade, neste sábado, dia 7 de junho, acontece a ‘Oficina das Abelhas Indígenas’, ministrada pelo meliponicultor Marcelo Campos – que é o responsável por trazer estes insetos voadores. Serão abordados temas como: legislação, tipos de abelhas, como obter o primeiro enxame, tipos de caixas racionais, mel e derivados, entre outros. Também haverá uma palestra com a presidente da Ame-Rio (Associação de meliponicultores do Rio de Janeiro), Celicina Ferreira. A DIEA coordena e executa a restauração florestal do Parque da Água Escondida (e no seu interior), visando à revitalização ecológica das áreas de encostas, voltadas para os bairros de São Lourenço, Cubango e Bairro de Fátima.
A data marca a inauguração do meliponário na Clin. Meliponário é um local, onde são criadas colônias de abelhas sem ferrão, também conhecidas como abelhas nativas ou indígenas sem ferrão. Elas são importantes para a polinização e produção de mel. Além de dar apoio ao plantio, contribuem servem de bioindicadores – utilizados para avaliar a qualidade ambiental, indicando alterações e impactos em ecossistemas.
Luiz Vicente explica a importância da atividade: “estamos na semana do meio ambiente. Então, fizemos um evento com oficinas e palestra, apresentando as espécies de abelhas, que farão parte do dia a dia do nosso viveiro. Estes insetos desempenham um papel vital na manutenção da biodiversidade e na polinização de plantas, tanto nativas como cultivadas. Além disso, são fundamentais na natureza por produzirem mel e outros produtos como cera, pólen e própolis.
Mas, especificamente aqui no nosso canteiro, vão servir para avaliar a saúde de ecossistemas, identificar mudanças ambientais, bem como garantir a fecundação dos óvulos da planta, que é essencial para a formação de frutos e sementes”, destaca.
Entre as espécies, podemos destacar: Jataí tetragonista augustula; Mirim Guaçu Negra – plebeia remota; Lambe olhos – Leurotrigona Muellere (menor abelha do mundo); mirim plebeia luci (segunda menor abelha do mundo); Iraí nannotrigona testaceicornes; Boca de sapo – partamona helleri /Em estado mantida natural; Mandaguari Negra – scaptotrigona postica; Mandaguari amarela – scaptotrigona xanthotricha; Mandaçaia quadrifasciata antidioides MQA; Uruçus amarela mondury; Jataí (a abelha mais comum em todo território nacional), entre outras. Algumas delas, como as duas últimas, não se encontram na natureza e estão sendo reintroduzidas. O motivo? Falta de árvores grossas, que possuam ocos grandes o suficiente para elas fazerem seus ninhos e, também, por ação da extração humana.
Sobre o viveiro da Clin:
O viveiro da Clin possui mais de 170 mil mudas, sendo aproximadamente 305 espécies da Mata Atlântica. O viveiro coleciona espécies como pau-brasil, babosa branca, aroeira, angico-vermelho, figueira da pedra, além de mudas de ipê-branco e roxo, açaí, jabuticaba, pitanga, entre outras espécies frutíferas. Apresenta, ainda, um projeto-piloto de plantas medicinais, aromáticas e condimentares, que envolve espécies como capim limão, erva cidreira e boldo, que servem para preparo de fitoterápicos como chá, tinturas e pomadas. Há também o berçário, onde as mudas ficam até os três meses e, quando atingem cerca de 20 centímetros, vão para outro local, pegam Sol e se preparam para subir o Morro da Boa Vista e, assim, servirem de base para o reflorestamento.


