Cuidar do meio ambiente também é cuidar da saúde. Foi com essa conexão em mente que alunos do segundo período de medicina da Universidade Federal Fluminense participaram de uma visita ao viveiro de mudas da Companhia de Limpeza de Niterói, seguida de uma palestra, na quinta-feira (9).
O encontro foi conduzido por Eduardo Xavier, da área de Sustentabilidade da Clin, que destacou como pequenas atitudes podem gerar grandes mudanças, como a separação correta dos resíduos secos, úmidos e rejeitos. Durante a apresentação, os alunos conheceram as diversas frentes de atuação da Companhia, que vão além da coleta de lixo: programas de educação ambiental, ações de conscientização e projetos de reflorestamento, como o próprio viveiro de mudas e a recuperação do Morro do Boa Vista.
Também foram abordados os diferentes tipos de coleta realizados pela Companhia: domiciliar, seletiva, diferenciada e a de resíduos de serviços de saúde. Eduardo reforçou a importância da coleta seletiva, implantada de forma pioneira em Niterói em 1991. Hoje, a Clin oferece várias modalidades desse serviço, como o Projeto Recicla Niterói, que une inclusão social, capacitação de catadores e fortalecimento da Rede Central Niterói – cooperativa parceira da Companhia.
“Compartilhar nossas experiências em sustentabilidade com uma turma de Medicina é um exercício de transdisciplinaridade essencial para a formação de profissionais preparados para atuar na saúde pública — seja aqui no município ou em qualquer lugar onde venham a trabalhar”, disse Eduardo Xavier.
Os universitários conheceram de perto o viveiro da Clin, guiados por funcionários da Divisão de Educação Ambiental (DIEA), sob coordenação do engenheiro florestal Luiz Vicente. No local, são cultivadas mais de 170 mil mudas, com cerca de 305 espécies da Mata Atlântica, além de aproximadamente 150 categorias de plantas medicinais.
Os alunos puderam explorar e aprender sobre algumas dessas espécies, como o abajeru – com propriedades antidiabéticas e antirreumáticas – o gengibre e a arnica, usados como anti-inflamatórios, o capim-limão, de efeito calmante, e a malva, que tem funções cicatrizantes, laxantes e expectorantes.
A professora Bibiana Machado explica o principal objetivo pedagógico da visita: “trabalhamos com uma disciplina chamada ‘Trabalho de campo supervisionado’, que tem alguns temas centrais a serem discutidos. Cada grupo tem um tema e o dos meus alunos é ‘Ecologia e ambiente’. Então, faz todo o sentido a vinda à Clin para conhecer o espaço e como funciona a coleta na cidade, que é fundamental para a produção de saúde da sociedade. Refletir qual é o impacto do lixo que a gente gera. Ele são, além de estudantes de medicina, cidadãos. Devem pensar: quais são os impactos causados nos locais onde não há coleta seletiva? A partir daí, fazer um link nas consequências. E o viveiro foi bem interessante porque os estudantes tiveram a oportunidade de observar este espaço, dedicado não só ao cultivo de plantas, mas ao projeto de reflorestamento e reaproveito de materiais”, explicou.
Pedro Gonçalves fala sobre os pontos que merecem ser destacados: “o que mais me chamou a atenção foi o cuidado dos funcionários com o viveiro, as doações que fazem das mudas e o tamanho deste espaço, que se estende até o Morro do Boa Vista”.
